Os acidentes de trabalho no Japão caíram 12,8% de janeiro a novembro de 2009 em comparação ao ano anterior. Os dados são do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social. O número de vítimas até novembro de 2009 foi de 72.673 trabalhadores. Desse total, 958 resultaram em morte, com queda de 19,2% em relação a 2008. A maior parte dos acidentes aconteceu no setor industrial, com 16.217 casos, seguido da construção civil, com 14.738. Os dois
tiveram queda de 19,5% e 13,3% em relação ao ano anterior, respectivamente.
“É certo que a recessão econômica e a consequente redução na produção são fatores que estão por trás dessa queda, mas também não podemos ignorar o esforço das empresas e dos empregados em melhorar as condições de trabalho”, diz Takayuki Uchiba, do Departamento de Segurança no Trabalho do Ministério.
No Brasil, dados de 2007 do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que houve mais de 560 mil acidentes no país, com 2.800 mil mortes. No Japão, o setor de construção civil lidera os índíces de vítimas fatais com 334 casos, contra 174 do industrial. No caso do primeiro, a maioria das mortes está ligada a quedas, com 13 registros. Por outro lado, os acidentes de trabalho fizeram mais vítimas nas fábricas: 22,3% contra 24,2%, em 2008. Entre os casos fatais, cujos dados vão até dezembro de 2009, a maior parte (34,9%) trabalhava na cons-trução civil, contra 34,8% em 2008. Nas fábricas, os acidentes com mortes ocorreram mais em janeiro, somando 21 casos, seguido de 17 casos em fevereiro e 16 em maio. Janeiro e fevereiro são meses em que a produção está baixa, contribuindo para a distração no trabalho.
Outubro, quando a produ-ção volta a crescer diante do consumo no final de ano, somou dez casos, o menor índice do ano. As principais causas dos acidentes com vítimas fatais foram os provocados por prensagem, com 64 casos, seguido de queda (principalmente de lugares altos), choque com algo arremessado ou ser arremessado contra algo e intoxicação. Osaka lidera a lista em acidentes com 13 casos em 2009, seguido de Fukuoka e Shizuoka. Por setor, o recordista é o metalúrgico, seguido pelo de alimentação, cerâmico e químico.
Na comunidade brasileira no Japão, alguns casos de acidentes de trabalho ficaram famosos após as vítimas pedirem indenizações na Justiça. Em julho de 2003, um brasileiro de Hamamatsu (Shizuoka) teve parte do braço esmagada por uma prensa e perdeu parte dos movimentos. Num caso como esse, a indenização pode chegar a cerca de 35 milhões de ienes (cerca de 712 mil reais). Em 2007, em Shizuoka, um trabalhador morreu na linha de produção após acidente com um robô industrial. A família pediu 68 milhões de ienes (mais que 1,380 milhão de reais) de indenização, mas o caso ainda não foi resolvido na Justiça. No mesmo ano, outro brasileiro teve quatro dedos da mão direita esmagados pela prensa. Com a ajuda de um sindicato de Shizuoka, ele reinvindica indenização de 10 milhões de ienes (mais de 200 mil reais).
As estatísticas indicam que os acidentes ocorrem com maior freqüência nos momentos de diminuição do ritmo de produção, quando os trabalhadores se distraem. Segundo estudos sindicais no Japão e em vários países, a falta de mecanismos de proteção é o principal motivo dos acidentes.
No caso das prensas, a instalação de uma porta que tampa o acesso à área onde entram as peças evitaria acidentes. Desta forma, a máquina só funcionaria com a porta fechada. As guilhotinas mais modernas possuem um mecanismo que faz a mesa subir em direção à lâmina de corte. Já os robôs precisariam ter sensores para identificar seres humanos.
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